Tenho que contar essa...
Mas antes preciso pintar o background.
Eu sou daquelas que adora um doce. Acho uma tortura não poder comer brigadeiro ou nutella de colher, chocolate, leite condensado, cupcakes, bolos, bolachinhas, croissants e etc e etc todos os dias. Não sou obesa porque tenho um pouquinho de auto controle. Tenho os meus momentos de "carbocídio" mas também momentos de "jejumcídio" para compensar. Me oferece uma refeição nota 10 do tipo filé mignon com um acompanhamento perfeito ou a torta de sorvete da Padre Chagas e eu vou escolher a Torta de Sorvete sempre se eu pudesse. Sou ruim assim.
Tenho dias muito bons em que minha dieta é perfeita, mas tenho dias em que é um caos, só porcaria. Sou das que não sobe na balança para não "deprimir", sabe? Tenho sempre uns quilinhos que podia me livrar. E quando estou no meu peso ideal, dura pouquinho. Meu peso ideal flutua para cima e para baixo como humor de doidinha bipolar.
Bom, outra coisa que é bom eu contar. Faz mais de um ano que eu não cozinho, não lavo louça, não passo roupa e nem supervisiono os temas de casa do meu filho. Meu marido tem mais tempo livre do que eu e aos poucos assumiu essas responsabilidades. Além do que ele é um chef, cozinheiro de mão cheia, tudo o que eu sei cozinhar aprendi com ele ( e aperfeiçoei com a minha mãe). Nada mais natural. Sim, eu tenho um "houseband"!
Background terminado, vamos ao que eu queria contar.
Meu marido teve que se ausentar por três semanas, teve que ir para Florença dar uma assistência aos pais dele. De repente, me vi tendo que cozinhar, passar roupa, levar meu filho para o futebol, supervisionar os deveres de casa dele e tal. Descobri (ou redescobri) que esses afazeres tomam tanto tempo que eu mal consigo fazer outras coisas, tipo ir para as minhas aulas de ioga que eu amo tanto ou dar minhas corridinhas.
Também redescobri que isso tem um lado bom pois apesar de ter muito menos tempo para mim, confesso que estou adorando esse tempo que eu passo com o meu filho; conversamos bastante, me sinto mais envolvida, além do que esse guri me diverte, ele diz cada uma!
No nosso primeiro fim de semana juntos, passei no supermercado depois do treino de futebol e além de comprar ingredientes para a janta, comprei a guloseima preferida do guri, doughnuts. Em casa, nos atracamos nos doughnuts, um cada. À noite preparei o jantar que comemos assistindo um filme bacana. No que terminamos nossos pratos, eu gulosa, sugeri que dividíssimos um doughnut. Filho topou todo sorridente.
Enquanto o meu filho sabe comer direito, mastiga bastante, come com muita calma, eu devoro a minha comida feito um crocodilo (eu sei, eu sei! Eu realmente deveria segui o exemplo dele). Pois ele ainda estava na primeira dentada quando eu já tinha devorado a minha metade. Olho para ele e sugiro:
- Filho, vamos dividir outro doughnut?
O guri me olha sério e calmamente responde:
- Não. Mãe, ainda bem que tu não é viúva porque senão eu seria obeso, hein!
(Ah! Para quem não sabe, meu filho come feito um leão e é magrelo feito um inseto).
Pelo menos alguém nessa família tem bom senso.