Sábado passado fui assistir Coraline em 3D. Sempre achei 3D a maior bobagem porque nunca tinha funcionado antes mas desta vez aprendi que 3D é muito divertido. Então, lá estou eu numa salinha de cinema com muito mais adultos do que crianças, com aqueles óculos de Clark Kent, um balde de pipoca no colo e as imagens começam a "sair" da tela. Eu, abobada, tentando tocá-las. Sim, mora uma eterna criança dentro de mim, que facilmente fica maravilhada pelas coisas mais inesperadas. E eu admito, assumo e na verdade me divirto horrores com ela.
Mas voltando ao filme, eu há horas que queria muito assistir. O filme é baseado no livro Coraline, de Neil Gaiman, meu autor favorito. Ele escreve fantasia e é capaz de incorporar mundos, situações e personagens incríveis e de maneiras inesperadas em meio às situações mais comuns do cotidiano. Simplesmente jorra material inconsciente da cabeça desse homem.
No caso de Coraline, é para ser uma história de horror para crianças. Coraline é uma menininha que muda-se com seus pais para uma nova casa. Ela quer atenção, quer conversar, quer brincar, mas seus pais estão sempre ocupados com trabalho, sempre em cima de um teclado. Explorando a nova casa, Coraline encontra uma porta que liga à um túnel que ela consegue atravessar engatinhando. Do outro lado, encontra a mesma casa só que com toda a mudança e a decoração já em seus devidos lugares e muito mais bacanas. Nesta casa ela encontra, inclusive, uma versão muito melhorada dos seus próprios pais: eles tem tempo para ela, tudo é muito melhor. Só um pequeno detalhe: no lugar dos olhos, eles têm botões. Sim botões! E aos poucos, Coraline se dá conta que a "outra mãe" que diz amá-la tanto, possui um jeito sinistro de expressar esse amor...
O Rafa já tinha assistido ao filme (sem mim, traidor!) e ele usou a palavra perfeita para descrevê-lo: "creepy". Mas maravilhoso, eu gostei muito.
Voltando a essa criança que habita dentro de mim, ela emergiu com tudo na segunda-feira. Na escola onde eu trabalho, recebemos a visita de um autor de livros. Ele veio para contar às crianças sobre seus livros, que nesse caso, são sobre animais. O nome dele é Michael Leach, é fotógrafo e já escreveu trocentos livros traduzidos nos mais variados idiomas sobre as mais variadas espécies de animais. Ele trouxe exemplares dos livros, fotografias e nos contou muitas histórias interessantíssimas sobre cada uma das fotografias que ele nos mostrou. Eu, já virada numa macaca de auditório, estava empolgadíssima. Aprendi umas coisinhas novas: lobos não atacam seres humanos. Nunca se ouviu falar em lobos comerem gente, isso só acontece na história da Chapeuzinho Vermelho. O mesmo vale para gorilas, que são criaturas delicadas e sociáveis e que morrem de medo do bicho homem. Já chimpanzés podem vir a ser cruéis e canibalísticos. Segundo Leach, mil vezes ser atacado por um leopardo do que um chimpanzé. Os chimpanzés são o "homem do saco" dos gorilinhas: eles roubam os gorilinhas e os comem! Ele também contou que quando esteve na Antártica, os penguins tinham essa mania de se acomodar em cima dos seus pés, colados nas pernas dele para se aquecerem. Também nos contou em detalhes seu encontro e convivência com gorilas e nos forneceu instruções detalhadas de como se comportar na eventualidade de algum dia nos depararmos com um. Simplesmente histórias fascinates, daquelas que gente como eu só vê pela televisão em documentários da National Geographic. E o cara ao vivo, na nossa frente, nos contando como e onde vai buscar o material para seus livros... Ah! E apesar das crianças serem novinhas (de 3 a 6 anos), elas estavam fascinadas, só não mais do que eu.
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