segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Sorte

Há algumas poucas semanas atrás, o Rafa estava estudando os Tudors na escola. Tagarelando sobre o rei Henrique VIII, todo orgulhoso ele me contou exatamente quantas esposas ele havia tido, seus nomes e que fim levaram. Também contou sobre os costumes da época, a arquitetura, e etc.

Lá pelas tantas declarou:

-Que sorte a tua por não teres nascido na época do rei Henrique VIII!

- Ah, é? Por que sorte?

-Porque poderias acabar perdendo a cabeça na guilhotina.

Fazer o quê? Puxa que sorte a minha! Dei uma bela risada, por 3 segundos contemplei a possibilidade de perguntar o que exatamente ele queria dizer com isso e deixei assim.

Lembrei desse episódio porque depois de ler a postagem "I love you, but" da Renata, me deu coragem de fazer uma confissão. Sim, eu sou muito sortuda de não ter nascido na época dos Tudors. Mas o meu Consorte é muito mais sortudo ainda. Sortudo por eu não ter nascido o Henrique VIII porque neste último fim-de-semana ele teria com certeza ido para a guilhotina!!!


Maridos!


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Sábado tivemos nossa primeira corrida do ano: 10 km, cross-country com bastante lama, trilhas e sobe e desce. Consegui, pela primeira vez, ser a última a cruzar a linha de chegada. Fui a última do meu clube porque outras 3 pessoas cruzaram a linha de chegada depois de mim (detalhe: todos com mais de 70 anos...). Sabe quando tudo dá meio errado? E tudo começou com uma arranca rabo em casa. Lição: não empregar-se em pelejas conjugais poucas horas antes de uma corrida.

Sabe o que é o pior? Eu nem lembro bem sobre o que estávamos discutindo feito cão e gato. Pontu, pontu. Passô, passô...



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Fiz a feijoada. Ficou super gostosa. Obrigada, Mari! Entupi os gringos com caipirinha (valeu pelas instruções, Rachel!) e eles comeram bem felizes, repetindo e elogiando. Pelo menos isso deu certo.



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Os Britânicos consideram hoje, segunda-feira, 19 de janeiro, o dia mais triste, o mais deprê do ano. Hoje é "Blue Monday". Pesquisadores bolaram uma fórmula para chegar a esta conclusão e aparentemente, este ano, são vários os dados que justificam esse achado. Entre eles estão as contas do Natal chegando, a crise financeira mundial, o fracasso das resoluções de ano novo, o frio e a chuvinha fina que caiu o dia inteiro e por aí vai. Bem coisa de inglês! Dia mais deprê do ano??? Acho que não!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Um pouco da semana

Essa semana foi bem cheia. Cheia de trabalho! Sim, a fofa aqui tem dois trabalhos, um na escola com os pequenos (e os pentelhos dos pais deles porque quando eles vem para a escola estragados, pode contar que foram os pais!) e outro trabalho numa empresa de asfaltamento com gente grande que se comporta, às vezes, pior do que os pentelhos que chegam na escola (pensou que os buracos e vandalismos nas ruas fossem tapados pela fada das estradas? Não, existem empresas que são contratadas para esse fim. E como tem buraco para tapar nessa cidade! Não, pode parar de pensar besteira porque eu não tapo buracos em ruas. Nem os dos outros, não).


Bom, a fofa aqui parece ter problemas com rotina, então, com 2 trabalhos intercalados na semana fica mais difícil enjoar. E tem mais: eu posso organizar a minha semana do jeitinho que eu quiser. É uma longa história e não vou entrar nos detalhes aqui. O importante é que, digamos, no momento é cômodo para mim.


Só que às vezes, como nesta semana e provavelmente nas próximas duas, ambos os lugares precisam de mim todos os dias. Só que não sou duas, então eles tem que se contentar em me dividir. Ha, ha, ha! Sim, comigo é sempre assim, ou é um marasmo ou uma superabundância. Como dizem os ingleses "When it rains, it pours" (quando chove, cai um dilúvio - não sei de onde tiraram isso porque aqui só chove aquela garoinha de molhar bobo, raramente chove de verdade, daquelas chuvas de enxarcar o vivente. Vai entender).


Então queridos, essa semana foi a maior correria e por isso não deu para aparecer muito por aqui. Ah! Fora o fato de que na terça-feira, minha amigona Rachel (sim, tenho uma amiga daquelas do peito, daquelas de verdade aqui pertinho!!!) esteve aqui em casa à tardinha e colocamos mil e um assuntos em dia, regados a quase 3 garrafas de vinho! Lá pelas tantas saiu muita bobagem mas que só serviu para no dia seguinte: 1- ficar vermelha (falamos disso mesmo???) e 2- cair na gargalhada!

No dia seguinte foi noite do clube de corrida. Ninguém percebeu que eu estava em estado de recuperação. Depois da corrida, banho e socialização no pub. Resultado: sono atrasado, aspirina e muito café para me manter acordada durante o dia.

Hoje, finalmente sexta-feira e cá estou eu preparando uma feijoada porque para amanhã meus amigos gringos do clube de corrida solicitaram uma refeição brasileira para após nossa primeira corrida "Grand-Prix" do ano. E eu vou deixar escapar uma oportunidade para me exibir??? (As dicas me foram passadas por uma cozinheira de mão cheia, minha amigona amada Mariana, do Nossa Senhora do Ó). Conto como foi depois, aguardem.


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Essa aqui é para a Dinda. Vai ficar toda orgulhosa.


No fim-de-semana passado, o Rafinha foi na festa de aniversário de um amiguinho. A festa terminava no MacDonald's, onde as crianças fariam um lanche. MacDonald's!!! Tem lugar mais maravilhoso para uma criança ir lanchar? Todos estariam felizes se entupindo de MacBurgers e milk-shakes, não é?!


Errado. O Rafa não gosta de nada do MacDonald's. Nem da batata-frita. Aí, já tá pensando que sou eu quem influencia? Tá achando que o guri é um desses super saudáveis que só come produtos orgânicos?


Errou novamente!


Detesta MacDonald's, frutas e verduras. O negócio dele é água, massa (al dente pelamordedeus, se não também não serve) com molho pesto ou de tomate, arroz com feijão, carne (diz que é brasileira pelamordedeus se não também não serve), pizza margarita, peito de frango e acho que é isso. Um pesadelozinho. Por ele, vivia de chocolate, iogurte e leite. Aaaaaargh! Como mãe sofre!


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A minha mãe amada e linda enviou-me uma foto com os netinhos. É antiguinha (tem uns dois ou três anos), mas aqui vai, tá muita fofa.






sábado, 10 de janeiro de 2009

Banzo


Tá muito frio, ninguém merece! Eu preciso de sol, de luz, de calor. Sou uma pessoa do verão, me sinto muito melhor e fico bem mais bonitinha durante o verão. O inverno me deprime, me deixa mal humorada e me embagulha. Tô reclamando de barriga cheia (sim, cheia, como sempre acontece em dias frios e eu não paro de me empanturrar com carboidratos)? Vem passar quase 1 ano inteiro no frio para ver o que é bom! Quando te deres conta que o verão dura só umas mirradas 2 semaninhas quero ver o quanto aguentas.

Sabe o que acontece com a minha pele no inverno? Eu não fico branquinha marfim feito a Nicole Kidman. Eu fico com uma cor desbotada, com cara de doente, cheia de manchas visíveis na pele. Meu cabelo fica espigado, opaco. E o pior de tudo, eu não consigo parar de querer comer doces, biscoitos, bolos, chocolates e beber vinho. Muito saudável, não!? E sair para dar as minhas corridas? Sempre um sacrifício com esse frio, fora que quando há alguma luz eu estou enfurnada no trabalho ( e para quem não sabe, eu trabalho das 9 às 3:30). Ou seja, correr= fins-de-semana ou no escuro.

Houve uma época em que eu gostava de inverno. Mas daí eu morava numa bela casa com lareira, pinhão, quentão e mal dava tempo de enjoar e lá vinha a primavera. Aqui parece que o inverno dura para sempre.

Eu moro num outra bela casinha (adoro minha casinha), num hemisfério, paralelo e latitude completamente diferentes, tudo diferente. Com aquecedores em todas as peças. Onde eu bato a porta e deixo a casa sem receios de que seja arrombada (sem muros ou grades). Onde, se eu quiser, posso voltar no meio da madrugada sozinha, de carro ou a pé, sem ser assaltada, estuprada ou assassinada pela cobiça do meu relógio de pulso vagabundo ou dos trocos na minha carteira.

Como eu sempre digo para quem me pergunta o que eu faço por aqui quando ficam sabendo que venho de um país paradisíaco: "cada lugar tem seus altos e baixos, tudo depende de onde os pós e contras pesam mais ou menos na balança de cada um..." Sabe o que eu quero dizer? É algo pessoal, um particular de cada pessoa. Mas eu sinto falta de todas as coisas boas da minha terra natal. Assim como eu também sei que seria muito difícil e dolorido abrir mão de todas as oportunidades que eu tenho por aqui. A mais importante de todas, para mim, é o ser eu. Me sinto mais livre para ser quem sou, ou até para me re-inventar quando me bem calhar (mais sobre o assunto numa outra oportunidade). Aparentemente é um sentimento comum às pessoas imigrantes. Seja lá o que for, me faz sentir livre e isso é bom.

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Estou no finalzinho do livro "American Gods". Ainda não sei se estou gostando, acho que meu veredito final vai ser quando eu terminá-lo. Estou com grandes expectativas e espero que "Shadow", o personagem principal, não me decepcione. Por sinal, ele me lembra muito do H, meu hairstylist no Brasil. Não pergunte.

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Esse fim-de-semana está quietinho. Porque fui preguiçosa o suficiente pra não levar a cachorra para passear durante toda a semana, bateu a maior culpa e levei-a para uma caminhada de quase 3 horas hoje. Um frio que ninguém merece, mas lá fui eu. A cachorra corria enlouquecidamente e eu caminhava velozmente para não congelar. Foi bom. Siberiano, mas bom. No que cheguei em casa, me meti embaixo das cobertas até o corpo parar de tremer.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Metendo a boca no trombone


Quando resolvi abrir esse blog aqui foi pensando nos meus amigos que moram longe de mim e, principalmente, na minha família. Tá, na verdade não são bem eles que moram longe, na verdade sou eu. Também é claro que se eu não avisar aos amigos eles nunca adivinharão sobre a existência do blog. Mas confesso que ainda não me deu coragem para espalhar a notícia. Queria experimentar um pouco, ver se vou conseguir escrever com assiduidade e tal. Imaginei que ninguém melhor do que a minha família (ou no mínimo minha mãe e minha irmã) para darem o ar da graça, lêrem o que eu escrevo, deixarem comentários e no mínimo clicarem em um dos quadradinhos de múltipla escolha que estão no rodapé de cada dia de postagem. Nem que seja para dizer que isso aqui é um saco, qualquer coisa, pô!

Pois hoje resolvi tomar uma atitude. Liguei para as duas dando intimaço. Ouvi as desculpas esfarrapadas de que o link não abria, não tinham o link, não tinham internet disponível no momento e por aí vai. Ah! Paaaara!

Depois de promessas que fariam uma visita no ato, não deixaram nem rastro. Eu sei que passaram por aqui, mas e aí??? Olha que eu estou de férias e com muito tempo livre para pensar bobagens, então parem de alimentar a minhoca!!! (Sorry, lenda familiar privada).

Queria aproveitar e agradecer à Lizi e à Renata que já me deixaram várias mensagens. Seus blogs são respectivamente o Gente Sensível e o Esconderijo (links à direita, na lista dos blogs que eu adoro ler). Vale super a pena ir conferí-los, o perigo é o vício que eles causam. Quando elas demoram mais de um dia para postar dá uma crise de abstinência das brabas!

Bom, como diz o Jeffinho, parlei!


quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Feliz 2009!


O primeiro dia de 2009 e nem resoluções de ano novo eu tive tempo de fazer. Não que eu não tenha pensado no assunto mas é que são sempre as mesmas que não dei a devida importância. Bom, ainda estou em tempo, então aqui vai. Em 2009 eu quero:
Ser mais organizada. Nunca deixar para amanhã o que eu posso fazer hoje. Falar menos. Escutar mais. Ser mais paciente. Beber mais água. Falar mais baixo. Dançar mais.

Por enquanto é isso.
Feliz 2009 para todos nós!



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Roma

Roma não pode ser mais linda! É muito mais que uma cidade, é um verdadeiro museu histórico. Amei. Nosso primeiro dia nos recebeu com muita chuva (Sofrenildo vai passear em Roma...). Fomos até o Vaticano e fiquei de boca aberta com a grandeza e beleza do lugar.



Mesmo com o tempo ruim a Piazza San Pietro estava cheia de gente e a fila para entrar na Basílica era muuuuito comprida. Mas encaramos, não? E valeu a pena. Muito difícil explicar a lindeza e riqueza. Tudo magnífico, grande, pomposo. Também visitamos a cripta onde estão sepultados os papas. Passamos em frente ao túmulo de João Paulo II e fui tomada por emoção. Muitas pessoas estavam ali paradas , algumas de joelhos, muitas visivelmente em oração. Deixei a minha prece também.

Na saída notamos um mar de gente na Piazza, todos com seus guarda-chuvas abertos e como se esperando por algo. Olhando em direção ao prédio dos “Aposentos Papais” entendemos tudo: a janela aberta, a bandeira exposta e nos demos conta que o Papa Benedito estava para dar o ar da graça e falar ao seu rebanho. Como boas ovelhas, aguardamos. Tentei explicar ao Rafa o que estava para acontecer , procurei convencê-lo de que apesar do frio e da chuva aquele era um momento único e valia a pena esperar um pouquinho. Claro que não tive sucesso nenhum e tudo o que a criança queria era ir embora dali. De repente, lá estava o Papa, sim o PAPA! Me belisca que eu tô sonhando...



Do Vaticano fomos caminhando em direção ao hotel e além das esculturas, dos prédios e pontes pelo caminho, também pudemos admirar o Castelo de Santo Ângelo que originalmente era um mausoléu construído pelo imperador Adriano em 139 DC:



No segundo dia visitamos o Monumento Nacional a Vittorio Emanuele, na Piazza Venezia. Lá também se encontra o “altar da pátria” que é um tributo a todos os “caídos” durante a guerra.



Dentro do prédio fica um museu de guerra e, é claro, encontramos referências a Giuseppe Garibaldi:



Na verdade, vimos tantas e tantas coisas, tiramos ao todo mais de mil fotos (viva a câmera digital!) e eu obviamente não vou poder relatar tudo aqui, muito menos postar todas as fotos (que sorte, hein!). Então vou mostrar só mais umas coisinhas importantes e deu.
Sabe o Coliseu? MARAVILHOSO. E como bem colocou o Max, é um baita de um estádio de futebol. E é mesmo! Só que ao invés de jogarem futebol, os gladiadores se matavam, uma pequena diferença. O restante era tudo igualzinho.







Passeamos por Roma durante 3 dias e foi um dos melhores presentes de Natal que já recebi. É tudo muito belíssimo mesmo! O que é a Fontana de Trevi de tão linda? Até me deu vontade de dar uma de louca como a Sylvia de La Dolce Vita e me atirar na água da fonte. Imagina que lindeza... Com certeza o Max sumiria atrás de alguma estátua ou até mesmo entraria numa igreja para se esconder e evitar qualquer possibilidade de ser conectado com a doida toda molhada... Que pena mesmo que fazia tanto frio pois a vontade era grande sim.



Visitamos também a Piazza di Spagna e percorremos toda a Via d Condotti admirando (eu, né!?) as vitrines da Gucci, Armani, Chanel, Louis Vitton, Fendi, Cavalli, etc e etc e etc (suspiros...). Passeamos pelas ruínas do Fórum Romano (que inclui o Coliseu), entramos no Panteão e até lanchamos uma pizza na Piazza d. Popolo.

Com certeza devo ter esquecido de mencionar alguns lugares. Foi uma intensiva e tanto e que valeu cada minuto.

Agora quero conhecer Veneza. Mas vai ficar para o verão (ou já pensou se caio lá bem no carnaval deles, quando saem pelas ruas com aquelas máscaras e trajes antigos??? Não vai prestar! )